Fernão Dias Pais Leme (1608-1681) "O Caçador de Esmeraldas"

 

Fernão Dias Pais Leme (1608-1681) "O Caçador de Esmeraldas" É o bandeirante de mais largo renome, juntamente a Antônio Raposo Tavares.
Chefe de ilustre família, senhor de vastos latifúndios e milhares de escravos, aldeias de índios que administrava, e grossos cabedais, além de corpo de armas numeroso, integrou a famosa bandeira de Antônio Raposo Tavares, ao sul do Brasil, em 1638, que devassou os atuais estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e talvez o Uruguai.
Fernão Dias Pais Leme nasceu em 1608, nas proximidades da vila de São Paulo dos Campos de Piratininga, filho de uma família de boa situação da Capitania de São Vicente. Ele era filho de Pedro Dias Pais Leme, por sua vez de Fernão Dias Pais Leme e de Lucrécia Leme, com Maria Leite da Silva, filha de Pascoal Leite Furtado, dos Açores, de nobre família, e Isabel do Prado.
Nos documentos da época, seu nome é grafado Fernam Diaz Paes, que em sua grafia contemporânea seria Fernão Dias Pais. O acréscimo do sobrenome Leme é atribuído ao seu sobrinho-neto Pedro Taques de Almeida Pais Leme, por conta de interesses nobiliárquicos e genealógicos.
Participou da expedição que expulsou os holandeses das vilas do litoral, ameaçando desembarcar em São Vicente (1640). Exerceu várias funções na câmara de São Paulo e teve papel saliente na reintegração dos jesuítas que, expulsos (1640), permaneceram durante 13 anos afastados da vila
Protetor dos Beneditinos de São Paulo, em 1650, prontificando-se a reformar a capela da Ordem. Ele teria organizado a construção de três novos altares, de um púlpito, e de um novo dormitório para os religiosos, por meio do trabalho de numerosos indígenas escravizados. Além disso, ele passou a contribuir regularmente com dinheiro para a manutenção da igreja, e doou terras na região conhecida como Tijucuçu ou fazenda São Caetano, onde os beneditinos já possuíam propriedades, para contribuir na renda do Mosteiro. Seu envolvimento deu-se por questões de parentesco, visto que o abade do mosteiro era cunhado de sua irmã, Verônica Dias Leite, e também porque "o investimento na aquisição de bens simbólicos junto à Igreja [...] era uma estratégia bastante comum no esforço de distinção social nos marcos da cultura do Antigo Regime português."
Em 1661, empreendeu novas expedições ao sertão, contra as missões jesuíticas em busca de índios para escravizar. Penetrou o Sul "até a serra de Apucarana", no "Reino dos índios da nação Guaianás", ou seja, no sertão do atual estado do Paraná. Retornou em 1665, com gente de três tribos, mais de quatro mil índios, mas, sem conseguir vendê-los, passou a administrá-los numa aldeia às margens do Rio Tietê, em suas terras, abaixo da vila de Parnaíba. Abastecia assim suas próprias lavouras.
As grandes expedições e descobertas por Lourenço Castanho Taques, Borba Gato, Matias Cardoso de Almeida e Fernão Dias se deram entre 1660 e 1670. Desde que uma entrada pelo Espírito Santo, chefiada por Marcos de Azeredo, dito O Velho, trouxe amostras de esmeraldas, em 1611, havia renascido o sonho de encontrar tais pedras.
Em 1671, Fernão Dias Pais Leme recebeu ordens do governador Afonso Furtado para penetrar no sertão em busca das esmeraldas da mítica serra do Sabarabuçu.
Elogiado pelos seus grandes serviços pelas cartas régias de 27 de setembro de 1664, de 3 de novembro de 1674, de 4 de dezembro de 1677 e de 12 de novembro de 1678, o bandeirante predador de índios se animou à empresa. Escreveu ao governador – ou lhe escreveu D. Afonso Furtado de Castro do Rio de Mendonça, senhor e depois primeiro visconde de Barbacena e governador-geral desde 8 de maio de 1671, incentivando-o a buscar regiões de prata e esmeraldas. Deu-lhe carta patente de chefe da grande bandeira com o título de "governador das esmeraldas e da conquista dos índios Mapaxós
Depois de percorrer durante quatro anos as terras que pertenceriam ao Espírito Santo (e hoje formam o estado de Minas Gerais), tendo fundado diversos arraiais, encontrou um lote de pedras verdes. As pedras não eram esmeraldas, mas turmalinas, mas Fernão Dias morreu de febre no meio da mata, sem tomar conhecimento desse fato. Era outono em 1681.
O certo é que as pedrinhas verdes, pelas quais Fernão Dias fez tantos sacrifícios pra conseguir, foram entregues mais tarde a seu outro filho Garcia Rodrigues, e o então capitão e genro Borba Gato assumiu a chefia de toda a bandeira.
Fernão Dias Pais Leme morreu junto ao rio Guaicuí (Guaiachi ou Rio das Velhas), com todos os seus bens empenhados na expedição, deixando viúva Dona Maria Pais Betim, de apenas 39 anos, cinco filhas solteiras e cinco sobrinhas órfãs. Segundo a lenda o seu corpo esta enterrado ao lado da Igreja de Pedra que ele mandou construiu no seculo XVII, por razões desconhecidas a igreja que fica no distrito de Barra do Guaicuí município de Várzea da Palma, Minas Gerais nunca foi concluída.
Seus ossos foram assim sepultados no Mosteiro de São Bento em São Paulo, do qual havia sido financiador. Antônio de Sant'Ana Galvão, mais conhecido como Frei Galvão, foi trineto de um irmão de Fernão Dias Pais Leme, Pascoal Leite Pais.Outro descendente, o trineto Pedro Dias Pais Leme da Câmara, foi Barão de São João Marcos. Pedro Dias Pais Leme, seu neto, foi Marquês de Quixeramobim.
Fernão Dias Pais Leme tem sido consistentemente representado nas artes, inclusive na literatura, nas artes plásticas, no cinema e no teatro. Sua imagem foi apropriada como parte de um movimento que buscou estabelecer uma cultura e um senso de identidade tipicamente paulistas, iniciado no século XVIII e que teve seu ponto alto durante o Centenário da Independência, no começo da década de 1920.
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