Rota dos Tropeiros.

Quando se fala em "Rota dos Tropeiros" logo se remete Γ quela rota de ViamΓ£o Γ  Sorocaba. 

Mas vocΓͺ sabia que as antigas estradas abertas pelos nossos antepassados eram muito mais esparsas e com diversos ramais?

A Estrada de ViamΓ£o, tambΓ©m chamada de Caminho ou Estrada Real de ViamΓ£o, Caminho das Tropas, Caminho de SΓ£o Paulo Γ© a rota mais famosa dos tropeiros, era atravΓ©s dela que se passava o grosso dos animais chucros que seriam comercializados nas feiras de Sorocaba, e de lΓ‘ seriam distribuΓ­das por diversas regiΓ΅es do Brasil. Mas foi justamente nesse perΓ­odo de grande intensidade de comΓ©rcio de muares que outros caminhos surgiram, ou se tornaram caminhos de tropeiro; tropas chucras, tropas arriadas e etc.
Alguns deles, como a Estrada Real que ligava Paraty e o Rio de Janeiro atΓ© o centro das minas, tornou-se intenso caminho de tropeiros com diversos tipos de mercadorias e tambΓ©m no escoamento de minΓ©rios. Ou o caminho de Anhanguera aberto em meados de 1722, quando o bandeirante Bartolomeu Bueno(Anhanguera II), descobriu ouro na regiΓ£o de GoiΓ‘s, inaugurando assim uma intensa rota de tropeiros que passavam pela regiΓ£o, tanto no suprimento de animais de montaria quanto no suprimento de alimentos e outros misteres.
Novos caminhos e novos ramais(atalhos), surgiriam depois. Alguns para encurtar o caminho, como o Caminho da Vacaria, que interligava Cruz Alta a Vacaria, no Caminho do ViamΓ£o, passando por Passo Fundo e Lagoa Vermelha. e outros caminhos quase inoficiais, como os que cortavam o sertΓ£o paulista atravΓ©s do MΓ©dio TietΓͺ, antes mesmo de chegar-se em Sorocaba, passando por Botucatu, Piracicaba e adentrando em regiΓ΅es inΓ³spitas e perigosos, para se chegar atΓ© as Minas Gerais, sem precisar pagar impostos.
Pouco se fala de onde vinham os muares, alguns entendem que seja ViamΓ£o, como centro criador destes animais. Mas na realidade estes animais vinham da regiΓ£o do estuΓ‘rio da prata, na atual Argentina e no atual oeste do Uruguai. Era lΓ‘ que os primeiros paulistas como o bandeirante Francisco de Brito Peixoto em meados de 1715-25 obtivera as primeiras remessas de animais de montaria e gadaria com a finalidade de introduzir no Brasil atravΓ©s de Laguna.
Foi pioneiro juntamente com o seu genro JoΓ£o MagalhΓ£es(fundador de Rio Grande) na abertura do "Caminho da Praia" entre ColΓ΄nia do Sacramento, quando era de posse portuguesa, atΓ© Laguna em Santa Catarina, na Γ©poca pertencente a CapitΓ’nia de SΓ£o Paulo.
Com as notΓ­cias dos milhΓ΅es de animais de montaria que valiam ouro nas bandas dos pampas, inΓΊmeros sertanistas e bandeirantes participaram dos primeiros caminhos de tropas em diversos perΓ­odos. Como Francisco de Souza e Faria e CristΓ³vΓ£o Pereira de Abreu.
Muitos dos caminhos hoje se tornaram ruas, estradas e rodovias. Mas a cultura, os hΓ‘bitos, linguajar, culinΓ‘ria, religiosidade, genealogia, as tradiΓ§Γ΅es e os costumes destes homens permaneceram nestes caminhos que interligavam o Brasil de diversas formas, nΓ£o sΓ³ unificando o Brasil culturalmente e territorialmente, mas ajudando a influenciar e formar novas culturas. Foram nessas andanΓ§as que a cultura caipira destes tropeiros, antes bandeirantes, se estabeleceu definitivamente nos confins dos sertΓ΅es.
Nas idas e vindas destes homens, surgiria e influenciaria e muito o surgimento do gaΓΊcho das bandas orientais e brasileiras, criando-se entΓ£o um tipo campeiro brasileiro, mas muitΓ­ssimo ligado Γ  forma de vida dos platinos. Formados por paulistas, africanos indΓ­genas locais, aΓ§orianos, os castelhanos- o futuro homem gaΓΊcho brasileiro - em uma enorme rede de preaΓ§Γ£o, abate de gado, salga e de criaΓ§Γ£o de mulas para o comΓ©rcio com estes tropeiros.


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