O aldeamento dos Γ­ndios do Brasil no Reinado de Dona Maria I de Portugal


Em nome de Dona Maria I foram celebrados tratados de paz e amizade com povos indΓ­genas do Brasil. Um dos mais famosos entre historiadores indigenistas Γ© o de Vila Bela da SantΓ­ssima Trindade, entΓ£o capital mato-grossense, com o povo KadiwΓ©u — chamados de Guaicuru pelos falantes Tupi, em 1ΒΊ de agosto de 1791. No que concerne aos indΓ­genas, ainda, era forte a preocupaΓ§Γ£o catequΓ©tica da monarca: sΓ­mbolo de sua “real munificΓͺncia” foi, por exemplo, a criaΓ§Γ£o dos Aldeamentos Maria I (1781), Pedro III (CarretΓ£o) e Salinas (1788), na ProvΓ­ncia de GoiΓ‘s. O primeiro deles era destinado aos KayapΓ³, o segundo aos AkuΓͺn-Xavente e, depois aos KarajΓ‘, JavaΓ©, KayapΓ³ e Xavante e o ΓΊltimo, aos KarajΓ‘ e Xerente.

Os indΓ­genas mandavam inΓΊmeras petiΓ§Γ΅es a Monarca Portuguesa, como JosΓ© Demetrio GonΓ§alves Pereira , principal dos Γ­ndios da vila de Viana , no MaranhΓ£o , que em 1782 dirigiu uma representaΓ§Γ£o Γ  rainha dona Maria I na qual pede providΓͺncias contra a bΓ‘rbara perseguiΓ§Γ£o dos Γ­ndios por parte dos colonos, alΓ©m de uma carta descrevendo o modo de vida dos Γ­ndios na capitania do MaranhΓ£o.

Em 1779, Josefa Martinha, Γ­ndia natural da cidade de BelΓ©m no GrΓ£o ParΓ‘ e viΓΊva de JoΓ£o de Jezus, se baseando na Lei de Liberdades, afirmou que contra sua vontade foi colocada como escrava pelo senhor de engenho HilΓ‘rio de Moraes Bitencourt. Com a ajuda de Manuel Machado , procurador da Fazenda Real e dos Γ­ndios do ParΓ‘ , Jozefa Martinha entΓ£o solicitou Γ  Rainha Dona Maria I de Portugal que a declarasse como pessoa livre, isenta de cativeiro e que seus filhos e demais parentes nΓ£o fossem mais incomodados por Bitencourt. 
 
Além de conceder a liberdade da Índia Josefa, HilÑrio de Moraes Bitencourt. perdeu seu posto de capitao mor como punicao por ter violado as leis de Liberdades de pombal.

Comunicando Luiz da Cunha Γ‘ rainha os sucessos do aldeamento dos Γ­ndios foi GoiΓ‘s, concluia :

Em 27 de Setembro de 1781 entrou no aldeamento Maria I a terceira aldΓͺa do cacique Cananpuaxi, e precisamente um ano depois chegava a Villa Boa, e daΓ­ partia para o mesmo destino, o cacique PupuarΓͺ acompanhado de todos os seus.

Reunidos todos, formavam as quatro aldΓͺas conquistadas uma povoaΓ§Γ£o de 687 individuos, dos quaes estavam batizados 328.

O sistema de brandura e humanidade que V. M. manda praticar com as indianas naΓ§Γ΅es n'estes seus dominios sΓ£o as armas mais fortes, e com que se podem vencer criaturas naturais e aptas para receberem toda a casta de beneficios, pois que d'este discretissimo, util e humano principio se tΓͺm seguido as infalΓ­veis consequencias que estam experimentando actualmente os vassalos de S. M. nesta capitania desde o dia que dei principio a esta civilisaΓ§Γ£o, nΓ£o tenho experimentado os insultos e mortandades que fazia todos os annos, e por diferentes vezes, a referida naΓ§Γ£o caiapΓ³, de maneira que, atΓ© o ponto de fazer esta,nΓ£o tenho tido noticia de uma sΓ³ morte que haja feito a referida naΓ§Γ£o. 

Estavam, pois, fundados, com a regularidade que era possivel, dois importantes nucleos de colonisaΓ§Γ£o indigena, S. JosΓ© de Mossamedes e Maria I,fundaΓ§Γ΅es estas que a rainha protegeu de um modo muito significativo"

Fonte: A primeira Chefe de Estado do Brasil: D. Maria I, a louca?. Bruno da Silva Antunes de Cerqueira, Historiador
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