A esquadra portuguesa que forçou a rendição do Recife Holandês.


Em dezembro de 1653, uma frota portuguesa de 60 navios chegou ao Brasil. O comandante da frota, General da Armada da Companhia Geral, Pedro Jaques de Magalhães, junto do Almirante Francisco de Brito Freire, decidiu bloquear o Recife e apoiar os revoltosos Pernambucanos liderados por Francisco Barreto de Meneses. As posições holandesas foram, sucessivamente, sendo conquistadas, e a rendição do Recife finalmente ocorreu no final de janeiro de 1654. 

O longo êxito dos holandeses no Brasil foi resultante do esmagador domínio do mar que conseguiram manter durante quase todo o período da ocupação. Mesmo quando o Recife já estava cercado após Guararapes, ainda conseguiram, por longos anos, suprir a cidade por mar.

Antes foram em 1630 , a armada de Antônio Oquendo , em 1635 , a de Luís de Rojas y Borja , em 1639 , a do Conde da Torre e finalmente em 1653 , a de Pedro Jacques de Magalhães que , bloqueando Recife , contribuiu para apressar a rendição de Sigismondus van Schoppe.

Por décadas, o poder marítimo holandês havia preponderado nos oceanos, mas, em meados do século XVII, reapareceu a concorrência séria da Grã-Bretanha, que teve como conseqüência a Guerra Anglo-Holandesa, de 1652 a 1654. Tornou-se, portanto, inviável para os holandeses manter o domínio do mar permanente na costa do Brasil.

Um clima de medo tinha se espalhado pela colônia. Esperava-se ainda que um grande motim sacudisse o Recife, expectativa que estava ancorada nos inúmeros atritos de militares com seus comandantes ocorridos desde o início da rebelião portuguesa contra a Companhia

A 4 de Novembro de 1649 o Rei de Portugal confiou a Pedro Jaques de Magalhães o almirantado da esquadra que escoltou a primeira frota da Companhia Geral do Comércio do Brasil, uma empresa privada, de carácter monopolista, criada sob o reinado de João IV de Portugal.

A ocupação da ilha de Itaparica pelos neerlandeses, em fevereiro de 1647, bloqueando Salvador, capital do Estado do Brasil, notícia que alcançou Lisboa em maio do mesmo ano, teve como consequência imediata o envio de uma Armada de socorro ao Brasil, e o sucesso no seu apresto, a formação da Companhia Geral do Comércio do Brasil, que destinava-se a coadjuvar a resistência ao invasor e fomentar o comércio intercontinental de Portugal na região. Tinha como propósito principal o de chamar para si os cristãos-novos, para que estimulassem o seu comércio, para servir o Reino de Portugal.

Em fevereiro de 1650, a primeira frota portuguesa da Companhia do Comércio do Brasil, com 18 navios de guerra, chegou ao Brasil. Não tinha ordens para atacar o Recife. O Rei Dom João IV ainda temia uma guerra com a Holanda na Europa e preferiu manter a situação informal no Brasil, procurando obter resultados por meio de negociações diplomáticas e da guerra de insurreição. Perdia-se, novamente, uma oportunidade, pois os holandeses, já sitiados em terra, não mais contavam com a força naval de De With.   

A frota do almirante Francisco de Brito Freire impediu a entrada de qualquer navio em soccorro do Recife . Este estado de coisas forçou Van Schopp a capitular . No dia 27 de janeiro de 1654 a guarnição holandesa partia para a Europa, tendo saído com todas as honras de guerra, e a nossa bandeira flutuava entre as aclamações dos vencedores. A capitulação foi assinada de um lado por Francisco Barreto, André Vidal de Negreiros, Afonso de Albuquerque, Francisco Alvares Moreira e Manuel Gonçalves Corrêa; e do outro por Segismundo Van-Schopp, Gisberto Witt, Van Derval e Vonter Vanloo. Com a entrega do Recife exigio-se tambem a de Paraiba, Rio Grande e Itamaracá. O mestre de campo Francisco de Figueiróa foi o encarregado de tomar posse destas fortalezas, sem que para isso encontrasse dificuldades. A obra iniciada por João Fernandes Vieira estava, finalmente, concluida.

O Almirante Francisco de Brito Freire amigo pessoal do Padre António Vieira.  Deixou-nos, como testemunho escrito da sua experiência no Brasil, a "Relação da Viagem que fez ao Brasil a Armada da Companhia, ano de 1655" (1657) e "Nova Lusitânia, História da Guerra Brasílica" (1675) Entre 1661 e 1664 esteve novamente no Brasil, desta vez para governar a capitania de Pernambuco.
Postagem Anterior Próxima Postagem

نموذج الاتصال