IMPÉRIO MALI


O ImpΓ©rio Mali foi um estado da África Ocidental, perto do rio NΓ­ger, que dominou esta regiΓ£o nos sΓ©culos XIII e XIV. De trΓͺs impΓ©rios consecutivos, este foi o mais extenso territorialmente, comparado com o de Songhai e do Gana.

O antigo Reino de Gana, na África Ocidental, desapareceu em 1076 e aí ergueu-se o maior de todos os impérios medievais africanos, o Império Mali. Gana foi-se mantendo sob o governo dos berberes e dos muçulmanos até 1240 quando o rei do Mali, Sundiata Keita, acabou por conquistÑ-lo. Sundiata era um mandingo, um dos grupos de povos negros que ainda vivem no Mali dos nossos dias.

Depois de um perΓ­odo durante o qual o reino dos Mossinos, da regiΓ£o do Alto Volta, dominou parte do Mali e saqueou a sua capital, o Mali recuperou o seu poderio sob a chefia de SuleimΓ£, que governou de cerca de 1341 a 1360.

O impΓ©rio alcanΓ§ou o auge no inΓ­cio do sΓ©culo XIV, durante o governo de Mansa Musa, que se converteu ao IslΓ£o. Em sua peregrinaΓ§Γ£o a Meca, esse soberano fez-se acompanhar de uma comitiva com 15 mil servos, cem camelos e expressiva quantidade de ouro. Em seu retorno, determinou a construΓ§Γ£o de escolas islΓ’micas na capital, a cidade de Tombuctu, que de prΓ³spero centro comercial, tornou-se tambΓ©m um centro de estudos religiosos.

O impΓ©rio controlava as rotas comerciais transaarianas da costa sul ao norte. Os principais produtos comercializados eram: ouro, sal, peixe, cobre, escravos, couro de animais, noz de cola e cavalos. O ImpΓ©rio Mali sucumbiu finalmente ante o assalto combinado das tribos tuaregues do Norte e dos Mossinos, do Sul, durante os anos de 1400.

O viajante Ibn Battuta conheceu Taghaza e descreve:

“Depois de vinte e cinco dias chegamos a Taghaza, uma vila atraente, com o recurso curioso que as suas casas e mesquitas sΓ£o construΓ­das com blocos de sal, cobertas com peles de camelo. NΓ£o hΓ‘ Γ‘rvores lΓ‘, nada alΓ©m de areia. Na areia, eles cavam para encontrar o sal e, o retiram em chapas grossas (…). NinguΓ©m vive em Taghaza exceto os escravos da tribo Massufa que (…) sobrevivem da (…) carne de camelo e milho trazidos de Bilad al-Sudan. (…). Os negros usam sal como um meio de troca, assim como o ouro e a prata sΓ£o usados [em outros lugares]. (…) Passamos dez dias de desconforto lΓ‘, porque a Γ‘gua Γ© salobra e o lugar Γ© infestado de moscas. (…) Um dia encontramos um reservatΓ³rio de Γ‘gua doce entre duas saliΓͺncias rochosas. Saciamos nossa sede e, em seguida, lavamos nossas roupas”

(Ibn Battuta, Travels in Asia and Africa, 1325-1354)

FONTES PARA PESQUISA:

COSTA E SILVA, Alberto. A enxada e a lanΓ§a. A África antes dos portugueses. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006. 

LOPES, Nei. EnciclopΓ©dia brasileira da diΓ‘spora africana. SΓ£o Paulo: Selo Negro, 2004. 

SILVERIO, Valter Roberto (ed.). SΓ­ntese da coleΓ§Γ£o HistΓ³ria Geral da África. PrΓ©-HistΓ³ria ao sΓ©culo XVI. BrasΓ­lia: Unesco, MEC, UFSCar, 2013. 

MACEDO, JosΓ© Rivair. HistΓ³ria da África. SΓ£o Paulo: Contexto, 2015. 

COSTA, Ricardo. A expansΓ£o Γ‘rabe na África e os impΓ©rios de Gana, Mali e Songhai.  

IBN BATTUTA. Travels in Asia and Africa, 1325-1354. London: Broadway House, 1929.

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